Nos negócios, é comum vermos em início ou final de ano uma atualização dos preços, todo mundo que vende produtos ou presta serviços dá aquela ajustada em seus preços justificado pela “alta inflação” ou “pelo aumento dos preços dos fornecedores”. Quem trabalha com indústria já está fazendo isso mês-a-mês no custo do produto, mas ajusta suas margens de lucro quando o mercado permite.
Nesse momento, nem sempre é possível para você – que é distribuidor, atacadista ou varejista – corrigir seus preços também, portanto, ainda passa um tempo “amargando” margens menores ou até prejuízos.
Convenhamos, o sindicato sempre reajusta os salários dos colaboradores, o fornecedor sempre corrige seus preços, o governo faz a gestão de seus tributos, mas quem corrige a SUA PARTE? Veja como fazer a correção do preço ajustando a participação de cada um corretamente neste post.
Você nunca recebeu uma ligação ou visita do representante que lhe disse “Haverá um reajuste de preços, mas ainda estamos vendendo no preço antigo. Aproveite!”, ou seja, ele ainda têm estoque de produto com custo histórico antes da correção.
Agora, esse momento de correção é de suma importância tanto para ele quanto para você, pois é como se “as regras do jogo” mudassem. E para manter a viabilidade do negócio e se ajustar ao mercado você precisa se adequar, é um momento oportuno para melhorar suas margens ou obter alguma vantagem frente a concorrência.
O que não dá para fazer é ficar sem fazer nada, pois se o custo do produto se eleva de um momento para outro e não há uma correção do preço final – é óbvio que haverá redução da margem.
O erro do censo comum: “Se a inflação foi de 9 % no ano passado, vou aumentar meu preço em 9 % e pronto, certo?” Não, pois o teu fornecedor não corrige o preço dele assim, ele ajusta com a variação do custo da produção, seu funcionário recebe reajuste de acordo com a variação da inflação + um aumento negociado entre os sindicatos, a única parte que realmente deveria ser reajustada pela inflação é a sua margem de lucro, afinal você sim usa essa parte do dinheiro para comprar os itens que fazem parte da cesta dos índices de inflação (Alimentos, transporte, moradia, etc), não a empresa.
Portanto, ajustar corretamente a parte do preço que sofreu aumento de custo e a parte que sofreu com a inflação (Poder de compra) é crucial para que você empreendedor e empresário possa manter seu padrão de vida, crescer seu patrimônio e manter a saúde financeira e econômica do negócio – ou seja, mantê-lo viável.
Finalmente, o preço deve ser corrigido em três partes: Custo de Aquisição ou Matéria-prima, Mão-de-obra e Margem de lucro.
Vamos ao caso da NK Comércio que precisa corrigir o preço de seu produto “NK”.
O Produto “NK” está sendo vendido pelo preço de R$ 100,00 atualmente no mercado, seu custo de matéria-prima atual é de R$ 30,00 reais, calculou-se o custo da mão-de-obra por produto e fechou no valor de R$ 15,00 reais, além disso incide um imposto de 5 %, portanto a margem atual é de R$ 50,00 reais. Veja abaixo:
Ocorre que os preços da matéria-prima subiram e agora estão somando o total de R$ 35,00 reais, além disso os sindicatos negociaram um reajuste/aumento salarial que alterou o valor da mão-de-obra por produto para R$ 20,00 reais. Ou seja, houve um aumento de 16,67 % na matéria-prima e 33,33 % na mão-de-obra.
Desta forma minha nova margem é de R$ 40,00 reais, houve uma redução de 20 % somente pela elevação dos custos de MP e MO.
Imagine que eu ignore essas variações e use a inflação do período que foi, digamos de 9 %, e ajuste meu preço para R$ 109,00 reais. Você acredita que isso será suficiente para cobrir os aumentos ocorrido e manter minha margem e meu lucro? Muito provável que não. Vejamos:
Não consegui nem manter a margem de R$ 50,00 reais, quem dirá cobrir a inflação.
Vejamos como fazer isto corretamente:
Para ajustar minha margem e meu preço, primeiro fiz a correção do custo de MP e de MO e elevei minha margem de acordo com a variação inflacionária, ou seja, aumentei em 9 % os R$ 50,00 reais – passando para R$ 54,50.
Agora para formar o preço corretamente preciso somar o custo da MP + MO + Margem Corrigida e dividir por 1 – 5 % (Alíquota do imposto).
Exemplo: 35,00 + 20,00 + 54,50 = 109,50 / 1 – 5 % = 109,50 / 0,95 = R$ 115,26.
Agora sim meu preço foi corrigido corretamente, veja:
A minha margem resultante é de R$ 54,50 – como eu desejava.
Você pode estar se perguntando porque não me sobra mais 50 % de margem como antes. A resposta para a sua pergunta precisa de dois olhares:
1° A correção da sua Margem foi apenas pela inflação e isto foi devidamente feito, você continua, economicamente falando, ganhando os mesmos R$ 50,00 reais, mas corrigidos.
2° A margem foi incluída em R$ e não em %, caso eu queira incluir a margem em %, não necessariamente a nova margem em R$ será acima de R$ 54,50.
Recomendação da NK: Faça os dois e compare.
Vimos a importância de se corrigir os preços corretamente – assim não perdemos e não tornamos o negócio inviável ou menos lucrativo porque houve uma mudança estrutural.
Caso queira a planilha utilizada para os cálculos com as opções de corrigir os preço mantendo a margem em R$ ou em %, mande um e-mail para contato@nkconsultoria.com.
Notas técnicas:
- Não foi abordado a formação do preço de venda, apenas a revisão.
- O método para inclusão do imposto foi o mark-up divisor.
- A inflação é apenas didática.
- Para aplicar o método, se faz necessário já conhecer corretamente seus custos de MO e MP ou Custo de Compra do Fornecedor e a MO sobre a venda – no caso de empresa de comércio.
- Ignorou-se no exercício qualquer outro acréscimo sobre o preço de venda além do imposto.
Para mais esclarecimentos, entre em contato.
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