AMCHAM: “IBM, Monsanto, GE e Advent afirmam que continuarão investindo.”

Durante um evento da AMCHAM (American Chamber of Commerce for Brazil, ou Câmara Americana de Comércio), 4 grandes empresas reforçaram suas expectativas em relação ao Brasil. Diretores e/ou presidentes da IBM, Monsanto, GE e do fundo Advent, não deixaram de citar as dificuldades, mas focaram em propostas de investimentos para atingir o potencial de oportunidades que o Brasil possui.

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Tecnologia e serviços

De acordo com José Decurnex, gerente geral da IBM América Latina e também participante da conferência, o mercado brasileiro de tecnologia representa US$ 160 bilhões e deve continuar crescendo, assim como os investimentos da companhia aqui.

Nos últimos 10 anos, US$ 130 bilhões foram direcionados para comprar outras empresas, remodelar o negócio e desenvolver serviços – como nuvem, análise de dados, mobilidade, segurança e computação cognitiva. “Isso é o que o usuário e o mercado estão pedindo hoje”, afirma.

Além disso, a IBM inaugurou recentemente em São Paulo um laboratório de pesquisa, o primeiro da América do Sul, e anunciou o investimento em um centro de nuvem. “Precisamos criar um novo mercado e quebrar as barreiras que temos particularmente no Brasil”, sugere.

Agronegócio

As expectativas para o agronegócio também são positivas. Segundo Rodrigo Santos, presidente da Monsanto do Brasil, a demanda do setor vai continuar crescendo e, nos próximos anos, será preciso dobrar a produção para atender a todos. “Nesse contexto, o Brasil tem uma oportunidade única”, destacou, durante o evento. “Tem diferencial competitivo e é o principal player global.”

Para Santos, o principal desafio do setor é aliar crescimento e sustentabilidade. Ele acredita que esse aumento na produção deve acontecer por meio de contínuo ganho em produtividade e melhoria na infraestrutura, e não pela expansão do território ocupado pelo setor.

Santos explica que o Brasil pode fazer mais com o mesmo espaço. Enquanto a agricultura representa 9% das terras brasileiras, nos Estados Unidos são 20%. “Com muito menos território, o Brasil teve uma evolução grande e tem potencial de crescer ainda mais, mesmo que não seja de forma linear”, falou.

Infraestrutura

A GE, que vem focando seus esforços na melhoria da infraestrutura, também vê grandes oportunidades no país. O CEO Gilberto Peralta afirma que a estimativa de US$ 1,6 bilhão de investimentos até 2016 será mantida. “Não reduzimos nenhum dos investimentos previstos”, revelou na conferência.

Ele comenta que, com a experiência de 95 anos no Brasil, a empresa está enfrentando a crise econômica de maneira otimista. “Já passamos por várias crises e essa tem uma vantagem em relação às outras: todas as instituições estão funcionando – Congresso, Judiciário e Executivo, mesmo com crise de credibilidade”, diz. “Olhar para frente com otimismo é a única maneira de resolver esses problemas”, completa.

Financeiro

Patrice Etlin, sócio do fundo de private equity Advent, diz que alguns setores estão apresentando crescimento significativo, apesar do momento desfavorável. “Vemos setores crescendo a dois dígitos numa economia ruim. As oportunidades são imensas, é um grande país para se investir”, ressalta.

Um dos últimos investimentos do fundo foi na maior distribuidora de celulares do Brasil. Segundo Etlin, a companhia cresceu quase 40% em receita nesse trimestre, em comparação ao ano anterior.

Outro negócio que deu certo foi a compra de uma empresa de concessão de parques nacionais. “Com o câmbio depreciado, o brasileiro não viaja ao exterior e é barato para o estrangeiro vir. Por isso, estamos estourando em recorde de visitação nesses parques, ou seja, crescendo na economia em restrição”, explica.

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